“O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo;
Sinto, entretanto, que
muitas vezes quem menciona esta frase o faz sem atinar com o seu real
significado. Já ouvi associações, por exemplo, a destino, determinismo,
inevitabilidade, e até a ação de uma mão invisível que, por trás dos panos,
planeja os principais acontecimentos da nossa vida, bons e maus, ou que arranja
as coincidências e os encontros que acarretam as grandes mudanças. Desta forma,
seríamos meras vítimas ou protegidos, dependendo do caso, da vontade ou do
capricho melhor dizendo, de uma força superior que nos dirige inexoravelmente
para algum destino incerto.
Bem, a título de contribuição, quero dar meu próprio
entendimento do significado desta frase. Acredito, piamente, que os eventos que
vivemos bons e maus, são resultado exclusivo das escolhas e decisões que
tomamos. Mas o que está por trás destas escolhas e decisões? É o nosso julgamento,
que por sua vez, decorre de tudo aquilo que nos foi dito, comunicado,
transmitido, ensinado, mostrado, demonstrado, experienciado, sentido, sofrido,
processado e que finalmente, nos fez chegar a uma dada conclusão que, infelizmente
para nós, na maioria das vezes estava totalmente equivocada, já que distorcida
por sentimentos e uma lógica imaturos.
Portanto, é o nosso
sistema de crenças que condiciona o nosso julgamento, que nada mais é do que a
maneira como avaliamos cada situação e acontecimento, antes de fazermos nossas
escolhas e decisões. Por escolhas e decisões, entenda-se todas nossas atitudes,
atos, palavras, sentimentos, emoções e até mesmo, nossos pensamentos, sejam
estes conscientes ou inconscientes.
Assim sendo o desafio
está em examinar nossas experiências sob a ótica da causa e efeito, ou seja,
co-relacionando os acontecimentos que pontuam nossas vidas com nosso padrão de
comportamento.
Neste sentido, as crises
que nos acometem de tempos em tempos, tais como os insucessos profissionais, as
dificuldades de relacionamento, as doenças, as perdas financeiras, os
rompimentos afetivos e o sentimento generalizado de insatisfação que se segue,
apenas para citar algumas possibilidades, nada mais são do que reflexo das nossas
atitudes e do nosso comportamento cotidiano.
Precisamos deixar de lado o vago sentimento de que em algum
momento no futuro ou em algum outro lugar e de alguma forma, vamos, finalmente,
encontrar tudo que nos faz falta hoje e vamos melhorar nossa qualidade de vida. Pensando assim, apenas nos
afastamos do único lugar aonde as coisas podem ser resolvidas, que é bem aqui
dentro de nós e no momento presente.
Somos nós mesmos que
damos forma às nossas vidas e ninguém mais. Não somos vítimas de nenhuma força
ou vontade externa, ao contrário, somos totalmente responsáveis. Somos os
redatores, diretores e protagonistas da nossa própria história e os demais
personagens, os coadjuvantes, nos ajudam a entender melhor o roteiro, e fazer
as correções necessárias, se assim o desejarmos.
A este processo de busca
interior, ou de autoconhecimento, podemos dar o nome de processo de expansão,
ampliação ou elevação de consciência, pouco importa o nome, pois o que conta
mesmo é aceitar que a nossa realização pessoal, a qualidade da nossa vida, em
todos os seus aspectos, depende diretamente da superação das nossas limitações
internas.
Aceitar nossa auto responsabilidade é uma grande libertação,
significa tomar o rumo da nossa vida nas próprias mãos, por que de fato, “Nada
acontece por acaso”…
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